Para escolha do local de criação (galpões), deve-se levar em consideração algumas medidas comuns para uma boa criação. Tanto um rústico galinheiro, como um sofisticado galpão avícola, podem abrigar a galinha caipira ou frango colonial.
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O local deve ser de fácil acesso, evitando baixadas. Assim, não haverá grande umidade e nem mesmo o risco de geadas.
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A rede elétrica deve estar mais o próximo possível. Além disso, deve haver água potável com grande disponibilidade e o local precisa ser arejado e arborizado.
Nunca se esqueça que as instalações devem ser dimensionadas de acordo com o tipo de criação que se deseja. O nível de sofisticação depende de cada criador, mas é importante sempre utilizar ao máximo os materiais disponíveis na propriedade.
Por menos ou mais rústica que seja a criação, as normas técnicas nunca podem ser deixadas de lado. Desta forma, não há riscos de perdas. A escolha do local deve ser feita de forma tranquila e inteligente.
Uma das inúmeras diferenças da Galinha Caipira (Frango Colonial) para o frango de corte tradicional é que pode ser criado solto, confinado ou mesmo semi-confinado, dependendo do interesse do criador.
Galpões
Partindo deste conceito, o galpão pode ser novo ou mesmo aproveitamento de uma antiga instalação da propriedade. Todo local coberto e cercado se torna um galpão em potencial, dependendo apenas da quantidade que se deseja criar e a que fim se destinará. É necessário apenas adequá-lo às exigências básicas para a criação.
Como não requer tanta tecnologia de construção quanto o galpão de frango de corte tradicional, este galpão é mais fácil de ser construído. Se a opção for construir um galpão novo, deve-se orientar a cunheira no sentido leste/oeste. Desta maneira, haverá menor incidência de sol no interior do galpão e mais insolação nos períodos de frio durante o ano.
Os galpões podem ser construídos sem muita tecnologia ou até mesmo aproveitando material já existente na propriedade, mesclando-se a rusticidade das instalações à tecnologia avançada, como campânulas, bebedouros e comedouros automáticos. Une-se assim o útil ao baixo custo de construção. Uma precaução especial é não construir os galpões em locais de difícil acesso, distante das fontes de alimentação ou mesmo longe da observação dos responsáveis.
A área dos galpões deve ser calculada em função do tamanho dos lotes. De qualquer forma, são apresentadas as medidas adequadas para a construção de um galpão para Galinha Caipira (Frango Colonial).
Pastos e Piquetes
Os pastos e piquetes são um ponto forte na criação do frango Caipira, pois esta ave tem o hábito de pastar. O alimento plantado deve ser um alimento com altos teores de proteína, boa digestibilidade, grande taxa de rebrota, já que os brotos fornecidos às aves devem ser novos e tenros. As folhas velhas e fibrosas, por outro lado, são de baixa qualidade; por este motivo, são naturalmente recusadas pelas aves.
Os capins e gramas mais usados para piquetes são os mais proteicos, como o Capim Quicuiu, o Capim Napier, o Capim Coast-Cross, o Capim Tiffiton, a Grama Estrela Africana e outros. Antes de formar o pasto, deve-se avaliar a fertilidade e a drenagem do solo, para assim poder tomar a decisão que proporcionará os melhores resultados.
Os piquetes já foram muito utilizados no começo da avicultura comercial no Brasil. Existem registros na literatura que em 1937 já se faziam piquetes para criação de aves comerciais, tanto de corte como de postura.
No Sistema de criação do Frango Caipira, procura-se resgatar esta técnica com grande sucesso. O piquete papel tem papel fundamental neste estilo de criação, já que a ave tem o hábito e a necessidade de pastar. Cercados com telas de arame, bambu, madeira, alvenaria ou mesmo pré-fabricados podem ser utilizados, tomando o cuidado para as cercas terem aproximadamente 1,80 m de altura. Além disso, recomenda-se a área de 3 m² por ave alojada.
Não esquecer que árvores devem ser plantadas nos pastos e piquetes e ao redor dos aviários para obtenção de sombra em abundância. Não podem existir poças d’água, lixos, entulhos e dejetos de animais nos piquetes.
Levando-se em conta a qualidade do solo, pode-se optar pelo plantio de um único tipo de grama ou da conservação de duas ou mais espécies. Uma alternativa interessante é construir um sistema de piquetes que permita o sistema rotativo de pastagens, proporcionando períodos de descansos para cada piquete.
O ponto mais forte na criação do frango caipira é a alimentação alternativa
É necessário frisar que, na criação do frango caipira, a alimentação alternativa contendo plantas precisa ter elevado valor nutritivo, baixo teor de fibra e alta digestibilidade. Sem dispensar a ração comercial, os piquetes e os complementos (Frutas, legumes, verduras e capim picado) são muito importantes para o desenvolvimento do frango caipira, fornecendo-lhe a fibra e xantofila (Parte amarela das plantas) tão necessárias.
Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais largamente utilizados em dietas de frangos, pintos e galinhas, outras opções de alimentos podem ser utilizadas, desde que tenham composição química adequada e sejam isentos de substâncias antinutricionais que dificultem a digestibilidade e a absorção de nutrientes.
Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis e, por isso, são chamados de subprodutos. TEstes alimentos também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal. Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.
Entre os alimentos alternativos, destacam-se:
- Capim Coast Cross
- Capim Quicuiu
- Rami
- Capim Tifiton
- Raspa de mandioca
- Folhas de Batata doce
- Grama Estrela
- Guandu
- Hortaliças e leguminosas
O cultivo e uso mais adequado de plantas possuidoras de maior potencial de produção e valor nutritivo, com certeza, contribuirão para a melhoria do sistema de criação de frango caipira. A vantagem de tal sistema será a alimentação mais barata, saudável, produzida na propriedade e que resultará no aspecto e sabor peculiar “caipira” da carne e ovos.
Todos estes alimentos alternativos podem começar a ser servidos aos pintos caipira a partir do 15° dia de vida.
Durante as primeiras semanas de vida das aves, o núcleo da ração que for utilizada deve conter coccidiostáticos. Isso é importante porque, neste sistema de criação, a coccidiose é uma doença comum.